Ramalho Ortigão – escritor do Porto brilha em Lisboa, nasceu no Porto, em 24 de novembro de 1836, numa família abastada da burguesia portuense. Durante a infância, viveu numa quinta com a avó materna e recebeu educação de um tio-avô, Frei José do Sacramento.
Frequentou brevemente o curso de Direito na Universidade de Coimbra, mas acabou por seguir uma carreira literária e jornalística. Lecionou francês no Colégio da Lapa, onde seu pai era diretor, e começou a colaborar com o Jornal do Porto em 1855.
Foi um dos protagonistas da Questão Coimbrã, um debate literário entre Romantismo e Realismo, chegando a enfrentar Antero de Quental num duelo de espadas em 1866.
Ramalho Ortigão – escritor do Porto brilha em Lisboa
Em 1870, publicou O Mistério da Estrada de Sintra em parceria com Eça de Queiroz, e no ano seguinte, ambos lançaram As Farpas, uma série de textos satíricos sobre a sociedade portuguesa.
Ao longo da vida, viajou pela Europa e escreveu diversas obras de viagem, como A Holanda (1885) e John Bull e Sua Ilha (1887). Faleceu em Lisboa, em 27 de setembro de 1915.
As obras principais de Ramalho Ortigão
As Farpas (1871–1882) – Uma série de textos satíricos escritos inicialmente com Eça de Queiroz, criticando a sociedade portuguesa da época.
O Mistério da Estrada de Sintra (1870) – Um dos primeiros romances policiais portugueses, escrito em colaboração com Eça de Queiroz.
As Praias de Portugal (1876) – Uma obra que descreve as paisagens e costumes das praias portuguesas.
Notas de Viagem (1878) – Impressões de suas viagens pela Europa.
A Holanda (1885) – Um estudo sobre a cultura e sociedade holandesa.
John Bull e Sua Ilha (1887) – Uma análise crítica sobre a Inglaterra e seus costumes.
O Culto da Arte em Portugal (1896) – Reflexões sobre a importância da arte na cultura portuguesa.
O Mistério da Estrada de Sintra é um romance policial escrito por Eça de Queirós e Ramalho Ortigão, publicado originalmente em 1870 no Diário de Notícias sob a forma de cartas anónimas. Mais tarde, foi lançado em livro em 18841.
A trama começa com o sequestro de um médico e seu amigo escritor por quatro mascarados na estrada de Sintra. Eles são levados para uma casa misteriosa onde se deparam com um cadáver estrangeiro.
O objetivo dos sequestradores era confirmar se o homem estava realmente morto, já que um deles era médico. O mistério se desenrola com revelações sobre intrigas amorosas, ciúmes e um enredo que envolve uma condessa e um oficial britânico.
Curiosamente, o romance foi escrito como uma espécie de brincadeira literária para enganar os leitores, levando muitos a acreditarem que se tratava de um caso real.
A obra é considerada a primeira narrativa policial da literatura portuguesa e foi adaptada para o cinema em 2007.
Ramalho evocado no Porto
Se estiver no Porto e quiser explorar locais relacionados com Ramalho Ortigão, pode visitar o Café Ramalho Ortigão, localizado na Rua de São Rosendo, 424. É um espaço que leva o nome do escritor e pode ser um ótimo lugar para uma pausa e um café.
»»»
