A pintura “O Inferno” é uma obra fascinante e única que pode ser encontrada no Museu Nacional de Arte Antiga em Lisboa.
Esta pintura a óleo sobre madeira foi criada por um artista português desconhecido entre 1510 e 1520. A obra oferece uma visão medieval do Inferno, retratando os suplícios eternos associados aos sete pecados capitais.
A pintura é notável pela sua iconografia diversificada, que inclui elementos do universo extraeuropeu. Por exemplo, Lúcifer é representado com um toucado de penas ameríndias, sentado numa cadeira africana e segurando uma trompa de marfim.
O inferno na arte ou a arte do inferno
A representação do Inferno na arte tem sido um tema recorrente ao longo dos séculos, refletindo as crenças, medos e imaginações das diferentes culturas e épocas.
- Idade Média e Renascimento:
- Hieronymus Bosch: Seu tríptico “O Jardim das Delícias Terrenas” (c. 1490-1510) é famoso por suas representações vívidas e surrealistas do Inferno. Bosch retrata um mundo caótico e cheio de criaturas bizarras, refletindo as preocupações da época com o pecado e a punição eterna.
- Dante Alighieri: Embora não seja um artista visual, a sua “Divina Comédia” (escrita no início do século XIV) inspirou inúmeras representações artísticas do Inferno. Artistas como Sandro Botticelli e Gustave Doré criaram ilustrações detalhadas dos tormentos descritos por Dante.
- Barroco:
- Pieter Paul Rubens: a sua pintura “O Inferno” (c. 1620) é um exemplo do estilo barroco, com uso dramático de luz e sombra para acentuar as cenas de sofrimento e desespero.
- Era Moderna e Contemporânea:
- Francis Bacon: Conhecido por suas imagens perturbadoras e intensas, Bacon frequentemente explorou temas de dor e tormento nas suas obras, como na série “Triptych Inspired by the Oresteia of Aeschylus” (1981).