Nas minas de São Pedro da Cova, concelho de Gondomar, está a imagem de Santa Bárbara para proteção dos mineiros numa devoção que continua mesmo depois do fim da extração. A mesmo devoção encontra-se noutros lugares. Ora veja:
Estas minas minas eram um complexo mineiro que pertencia à Companhia das Minas de Carvão de São Pedro da Cova tendo estado em atividade entre 1795 e 1972.
As minas eram conhecidas pela extração de carvão, e muitos trabalhadores, tanto homens quanto mulheres, enfrentaram condições difíceis de trabalho.
A devoção a Santa Bárbara (*)
A Igreja Católica, a 4 de dezembro, faz a Comemoração de Santa Bárbara, que, segundo a tradição, foi virgem e mártir em Nicomédia, na actual Turquia.
Santa Bárbara terá vivido numa torre, por ordem de seu pai, para não se corromper com o mundo, e ela após a conversão terá mandado construir três janelas nessa torre, em honra da Santíssima Trindade.
O pai ao saber da sua conversão e batismo denunciou-a às autoridades romanas e ela foi presa, torturada e degolada pelo próprio pai.
Diz a lenda que no momento da decapitação, quando a sua cabeça caiu ao chão, um raio fulminou o pai que morreu naquele preciso momento. Daí vem a expressão “Só te lembras de Santa Bárbara quando troveja”.
Ela tornou-se a protetora das profissões difíceis, de um modo especial dos mineiros e construtores.
No Porto, os construtores do Metropolitano fazem sempre uma missa e benção na entrada dos novos túneis e colocam lá a imagem de Santa Bárbara.
No concelho de Santo Tirso, na capela de Nossa Senhora de Valinhas, em Monte Córdova, junto da nascente do rio Leça , ouvi dizer que houve uma vez que a capela foi atingida por um raio que destruiu tudo, exceptuando a imagem de Santa Bárbara que permaneceu no lugar e intacta.
Em S. Pedro da Cova, o culto a Sta Barbara também era feito pelos mineiros. A imagem da Santa que estava no poço da mina, protegendo os mineiros, está hoje, devidamente protegida junto à Mina, sendo vista por todos, e o culto continua. (Informação enviada pelo Professor Jorge Aragão)
(*) Por Sérgio Carvalho