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Sábado, Janeiro 25, 2025

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O Castelo da Feira

O Castelo de Santa Maria da Feira é um dos mais notáveis monumentos militares de Portugal, localizado na cidade de Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro. Excelente exemplo da arquitectura militar medieval, desde o século XI.

Aqui estão alguns destaques do Castelo de Santa Maria da Feira:

  1. Arquitetura e Estrutura: O castelo apresenta uma diversidade de recursos defensivos utilizados entre os séculos XI e XVI, incluindo torres, muralhas e uma barbacã.
  2. Torre de Menagem: A torre principal do castelo, que servia como último refúgio em caso de ataque.
  3. Capela de Nossa Senhora da Esperança: Uma capela hexagonal situada junto à barbacã, construída em 1656.
  4. Eventos e Atividades: O castelo é palco de diversos eventos culturais e históricos ao longo do ano, incluindo recriações medievais e feiras temáticas.

SAIBA TUDO sobre o Castelo da Feira

Outrora cabeça da Terra de Santa Maria, Ex-Libris da Feira, é considerado como um dos exemplos mais completos da Arquitetura Militar Medieval no país, uma vez que nele se encontra representada a vasta gama de elementos defensivos empregados na altura.

Embora a primeira ocupação humana do local remonte à Pré-História, adquiriu maior relevância quando os Lusitanos aqui ergueram um Templo em honra da divindade Bandeve-Lugo Tueræus. Após a Invasão Romana da Península Ibérica, por aqui passava a Estrada que unia Olissipo (Lisboa) a Bracara Augusta (Braga) conforme os testemunhos arqueológicos que remetem esta ocupação ao período do Baixo Império.

Na reconquista cristã

Na altura da Reconquista Cristã da Península Ibérica, este Centro Religioso pagão veio a ser transformado num Centro Mariano, desenvolvendo-se aqui uma Feira Regional, cuja elevada expressão daria nome ao local: Feira de Santa Maria.

A primeira referência documental à sua Fortificação consta no Manuscrito “Chronica Gothorum” (anónimo, fins do século XII), que noticia a vitória de Bermudo III de Leão (1028-1037) sobre um Chefe Mouro em terras do Castelo de Santa Maria (1045). Datará desta altura a construção da parte inferior da Torre de Menagem com funções de Alcáçova, protegida por uma Muralha da qual restam apenas os vestígios.

No condado portucalense

Quando D. Henrique (1095-1112) recebeu as terras do Condado Portucalense (1095), estas incluíam os domínios não apenas deste Castelo de Santa Maria, mas também o Castelo de Guimarães, o Castelo de Faria e o Castelo de Neiva. Com o falecimento do Conde, diante da ascendência do galego Fernão Peres de Trava sobre a viúva D. Teresa de Leão, os Senhores a Sul do Rio Minho insatisfeitos, organizaram-se em torno do jovem D. Afonso Henriques, que nesse ínterim se armou Cavaleiro (1125).

Parte expressiva desta articulação política terá tido lugar nas terras e Castelo de Santa Maria, sob o domínio do nobre Ermígio Moniz, culminando na Batalha de São Mamede (Guimarães, 1128), razão pela qual se afirma ser este Monumento o verdadeiro berço da Independência de Portugal. As terras de Santa Maria compreendiam na altura, um extenso domínio que se estendia em grandes linhas, do curso do Rio Douro até a Sul de Ovar e de Oliveira de Azeméis, e da orla marítima até ao curso do Rio Arda.

O refúgio da Rainha

No Testamento de D. Sancho I (1185-1211) redigido em 1188, este foi o principal dos cinco Castelos eleitos pelo Soberano para eventual refúgio da Rainha quando viúva e das Infantas.

Em 1282, D. Dinis I (1279-1325) incluiu-o entre os doze Castelos assegurados como Arras à sua Consorte a Rainha Santa Isabel. Mais tarde, ainda neste período, foi tomado pelas forças do Infante D. Afonso em luta contra o Soberano seu pai. Quando celebrada a paz entre ambos por iniciativa da Rainha Santa (1322), o domínio deste Castelo (entre outros) foi outorgado a D. Afonso, mediante o compromisso de Menagem prestado por este último ao pai. Posteriormente em 1357, era seu Alcaide o nobre Gonçalo Garcia de Figueiredo.

D. Fernando I (1367-1383) fez a doação das Terras de Santa Maria e do seu Castelo a D. João Afonso Telo de Meneses, Conde de Barcelos (10 de Setembro de 1372), que instituiu como Alcaide do Castelo a D. Martim Correia.

Conquistas e reconquistas

Ao eclodir no pais a Crise de 1383/1385, o Conde de Barcelos tomou partido por Castela, atitude seguida pelo Alcaide do Castelo. Em 1385, o Castelo e os Domínios foram conquistados pelo Alcaide do Castelo de Penedono, D. Gonçalo Vasques Coutinho, com o auxílio de recursos e gentes do Porto, para serem entregues a D. João I que por sua vez os entregou a D. Álvaro Pereira (primo do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, 8 de Abril). Posteriormente, o Soberano concedeu o Castelo e os seus Domínios a João Rodrigues de Sá.

No século XVII construiu-se dentro das Muralhas o Palacete dos Condes da Feira demolido em 1929 e do qual apenas restam algumas Paredes, a Escadaria e o Fontanário. Da mesma altura é a construção da Capela de Nossa Senhora da Encarnação sobre outra mais antiga da mesma invocação, por iniciativa de D. Joana Forjaz Pereira de Meneses e Silva, Condessa da Feira inaugurada em 1656.

Extinta a representação dos Condes da Feira (1700), o conjunto passou para o Património da Casa do Infantado(1708). A 15 de Janeiro de 1722 um violento incêndio devastou o Imóvel, votando-o a um longo período de abandono e ruína.

Recuperação no século XIX

No século XIX, iniciou-se uma tímida recuperação do Monumento: com o fim da Guerra Civil (1828-1834), o Imóvel e terras anexas foram adquiridos em Hasta Pública pelo General Francisco Xavier da Silva Pereira (1835). Nesta altura destacam-se ainda a visita por membros da nossa Família Real (1852) e os trabalhos de desentulhamento do antigo Poço do Castelo por iniciativa da Câmara Municipal (1887).

No início do século XX, renovou-se o interesse público pelo Monumento. Uma Campanha de Subscrição Pública angariou fundos para Obras de Restauro do Imóvel, cujas ruínas passaram a ser vigiadas por um Guarda. Nesta altura, os Drs. Gonçalves Coelho e Vaz Ferreira descobriram três Inscrições Epigráficas.

As primeiras obras de recuperação foram executadas pela Direção de Obras Públicas (1907), visitadas por D. Manuel II (1908-1910) no ano seguinte.

Em 1909 foi criada uma Comissão de Proteção e de Conservação do Castelo, tendo-se procedido a Obras de Beneficiação e Restauro às custas de Fortunato Fonseca. O Castelo foi classificado como Monumento Nacional por Decreto de 16 de Junho de 1910 publicado pelo DG nº 136, de 23 de Junho de 1910.

Visitas pagas a partir de 1927

A partir de 1927, as visitas ao Monumento passaram a ser pagas. A Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) executou Obras de Consolidação e Restauro nos períodos de 1935-1936, de 1939-1944 e mais recentemente em 1986. Um novo Acesso foi aberto desde 1950, e inaugurada a Iluminação Exterior do Monumento em 1963, trabalhos que o valorizaram.

A Vila da Feira passou a Cidade, sob a designação de Santa Maria da Feira, pelo Decreto-lei n° 39 de 14 de Agosto de 1985.

A 24 de Agosto de 2009, publicação da Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163 transferindo a afectação do Castelo para a DRCNorte.

A 16 de Novembro de 2022, assinatura do Auto de Transferência de Competências de Gestão, Valorização e Conservação do Castelo para a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, com a presença da Secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro, do Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Carlos Miguel, do Presidente da Câmara Municipal, Emídio Sousa, e da Diretora Regional de Cultura do Norte, Laura Castro.

Características do Castelo

O Conjunto apresenta Planta Oval Irregular, orientada no sentido Norte-Sul em Estilo Gótico, tendo incorporado elementos de outros estilos ao longo dos séculos.

Com Muralhas em alvenaria e cantaria de pedra do período inicial, a Torre de Menagem domina a Alcáçova do final do século XV, datam as adaptações às demandas da pirobalística. No seu interior, na ampla Praça de Armas, encontram-se ainda os vestígios do antigo Palácio seiscentista.

A Porta da Barbacã, coroada pelo Brasão dos Pereiras é protegida por duas Torres Quadrangulares Adossadas: a Sudoeste a Torre da Casamata, atrás da qual se encontra um Recinto Quadrangular e Abobadado onde se Alojavam os Soldados e que servia como Bateria com Troneiras nas Muralhas Exteriores, no lado oposto a Torre do Poço protegendo uma Nascente de Água, à qual se acede descendo uma Escada em Caracol.

Pela Porta da Barbacã acedem-se sucessivamente a Porta da Vila e a Praça de Armas, na qual se localiza a Torre de Menagem.

Esta Torre-Alcáçova, ergue-se em três Pavimentos: no inferior, a Cisterna; no segundo o Salão Nobre, destacando-se três Lareiras, um Fogão e quatro Janelas, três delas com Conversadeiras, no terceiro a Área Residencial Íntima.

A seguir à Torre de Menagem, rematada com Coruchéus Cónicos, o visitante encontra a Tenalha, precedida pelo chamado Pátio da Traição, onde se abre a respectiva Porta. No lado oposto à Tenalha, Adossada à Muralha, erguem-se a Capela de Planta Hexagonal sob a invocação de Nossa Senhora da Encarnação, e a Casa da Capelania em Estilo Barroco.

Informações recolhidas em Política, História e Património de Portugal

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