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Quarta-feira, Novembro 13, 2024

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Rabelo, o barco para conquistar o Douro

PORTO e GAIA – Dois dos incontornáveis ex-libris da cidade do Porto, os Barcos Rabelo que sulcavam as águas do rio Douro transportando o “néctar de Baco” desde o Alto Douro até às caves na margem esquerda do rio em frente à invicta, e a ponte D.  Luis I, dos arquitectos Théophile Seyrig e Léopold Valentin.
O barco Rabelo é uma embarcação portuguesa, típica do Rio Douro que tradicionalmente transportava as pipas de Vinho do Porto do Alto Douro, onde as vinhas se localizam, até Vila Nova de Gaia – Porto, onde o vinho era armazenado e, posteriormente, comercializado.
É um barco de rio de montanha, por esta razão não tem quilha e é de fundo chato, cujo tamanho varia entre 19 e 23 de metros de comprimento e 4,5 metros de boca. A sua construção em tábuas sobrepostas, tábua trincada, é nórdica, em comparação com a do Mediterrâneo.
Com uma vela quadrada, o rabelo era manejado normalmente por seis ou sete homens. Quanto aos mastros, os primeiros só usavam um, enquanto que os demais usavam também um mastro à proa.
Para governo, utiliza um remo longo à popa – a espadela. Quando necessário, os barcos eram puxados a partir de caminhos de sirga por homens ou por juntas de bois.
O barco rabelo passou a ter a sua identidade bem definida, a partir de 1792, quando a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, publicou os alvarás e mais documentos que se relacionavam com a notável instituição pombalina.
Nessa publicação, conhecida vulgarmente por “Leis da Companhia”, encontram-se preciosas informações referentes tanto ao barco como aos seus tripulantes, como ainda ao tráfego a que se destinavam.
A Ponte Luís I ou Luiz I, é uma ponte de estrutura metálica com dois tabuleiros, construída entre os anos 1881 e 1888, ligando as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia.
Esta construção veio substituir a antiga ponte pênsil que existia no mesmo local e foi realizada mediante o projeto dos engenheiros Théophile Seyrig e Léopold Valentin.
De construção metálica, tem um comprimento total de 385,25 m, pesa no seu conjunto 3 045 toneladas, o seu arco mede 172 m de corda e 45 m de flecha, e possui dois tabuleis transitáveis.
A ponte ficou iluminada por meio de artísticos candeeiros de gás, 24 no tabuleiro superior, 8 no inferior e 8 nos encontros.
O seu nome esta envolto numa lenda, segundo a qual se afirma de que devido à ausência do rei D. Luís I na inauguração, decidiu a população do Porto, em resposta ao ato desrespeitoso, retirar o “Dom” do respetivo nome parecem não corresponder à realidade, sendo assim uma lenda.
A atestar tal facto, refira-se que nas notícias nos jornais durante o período da sua construção a ponte era designada por “Ponte Luiz I”;
– também outras importantes construções da mesma época com os nomes de membros da família real não tinham os títulos nos seus nomes, caso da ponte ferroviária Maria Pia (e não Dona Maria Pia), dedicada à rainha,
– e do velódromo Maria Amélia (e não Dona Amélia), dedicado à futura rainha consorte do rei D. Carlos;
– acrescente-se ainda que apesar de o nome oficial da ponte ser “Luiz I”, conforme atestam as inscrições nas placas dos pegões-encontro sobre as entradas do tabuleiro inferior, a população do Porto sempre a chamou de “Ponte D. Luís”, salvaguardando o título do rei com quem a cidade tinha grande proximidade.

O Barco Rabela junto à ponte Dom Luís

(41° 8’23.19″N 08°36’34.02″W) Porto – Região Norte – Portugal
Por Daniel Jorge

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