O velhinho elétrico 22 na Batalha, um ex-libris incontornável da cidade do Porto. Com uma história que remonta a 1872, ano em que é inaugurada a primeira linha de “carros americanos” da cidade do Porto.
A rede de elétricos do Porto é atualmente constituída por 3 linhas distintas que percorrem as zonas mais emblemáticas da cidade:
– (Linha 1, ou Linha da Marginal, que faz o percurso entre o centro histórico do Porto e o Jardim do Passeio Alegre num trajeto único pelas margens do rio Douro;
– Linha 18, ou Linha da Restauração, que faz o percurso entre Massarelos e o Carmo num trajeto que liga a zona histórica da freguesia de Massarelos ao Jardim da Cordoaria e sua envolvente;
– Linha 22, ou Linha da Baixa, que percorre as artérias mais emblemáticas do centro da cidade do Porto num percurso circular entre o Carmo e a Batalha/Guindais.)
A história dos eléctricos no Porto
A história dos elétricos do Porto, tem Início com o “Carro Americano” (de tração animal).
Em 1870, é autorizada, ao Barão de Trovisqueira, a concessão de um serviço de transportes públicos;
– a primeira linha, ligando as zonas do Infante e Carmo à Foz ao longo do Rio Douro, foi aberta em 1872 pela Companhia Carril Americano do Porto.
A 14 de agosto de 1874, entra em exploração, pela Companhia Carris de Ferro do Porto, também utilizando veículos a tração animal, a linha desde a Praça de Carlos Alberto até à Foz (Cadouços), via Boavista e Fonte da Moura.
A tração a vapor
A tração a vapor é, em 1878, introduzida na linha entre a Boavista e Foz (Cadouços), através da utilização de uma locomotiva a vapor, complementando o uso de tração animal.
O uso deste sistema é alargado até Matosinhos em 1882, através da rua de Gondarém.
Companhia Carris de Ferro do Porto
Em 1893, a Companhia Carril Americano do Porto é adquirida pela Companhia Carris de Ferro do Porto, e, a 12 de setembro de 1895, é eletrificada a linha entre o Carmo e a Arrábida, utilizando a energia fornecida por uma central própria, na Arrábida.
Esta foi a primeira linha a tração elétrica que entrou ao serviço na Península Ibérica.
A 22 de setembro de 1904, termina a tração animal, com a introdução da tração eléctrica na linha entre o Carmo e Paranhos.
A 28 de outubro do ano seguinte, é aberta à exploração a ligação até Vila Nova de Gaia, atravessando o tabuleiro superior da Ponte Luís I, e, em 1912, é introduzido um sistema de numeração nas linhas.
Em 1946, a Companhia Carris de Ferro do Porto é nacionalizada pela Câmara Municipal do Porto, que forma o Serviço de Transportes Colectivos do Porto (STCP) para gerir o sistema de carros eléctricos.
Em 1950, atinge-se o apogeu da rede dos carros eléctricos, com 150 Km de via divididos em 38 linhas, e um parque de material circulante com 193 carros eléctricos e 24 reboques. em 1957 foi encerrada a estação de geração de electricidade de Massarelos.
No ano seguinte já a rede em serviço tinha sido reduzida para apenas 81 Km de via, circulando 192 carros elétricos. Em 1966, ainda restavam 72 Km de via ao serviço, percorrida por 184 elétricos.
A partir de 1978, extinguem-se todos os serviços de eléctricos que circulam, a rede dispunha de 84 veículos e 21 Km de via. Em 1983, são eliminados os serviços aos domingos.
Em 1988, data em que a Estação de Recolha da Boavista é substituída pela de Massarelos para o serviço normal, a rede de eléctricos dispunha apenas de 18 Km de linha e 50 veículos. Em 2010, os carros elétricos transportaram 390 mil pessoas, a grande maioria constituída por turistas.